40 mil pessoas na Web Summit em Lisboa discutem Facebook, 'smart cities' e muito futuro

Web Summit

Frances Haugen, denunciante do Facebook, à direita, e Libby Liu, CEO da organização de assistência a denunciantes, durante Web Summit em Portugal. Source: AP Photo/Armando Franca

A Web Summit é apresentada como maior cimeira mundial de tecnologia, com diversidade de temas. Facebook, Black Lives Matter e blockchain — o trio de temas que se juntou para a abertura na segunda-feira da edição de 2021 da Web Summit.


A crise política pode esperar o presidente da República de Portugal só vai anunciar a data, certamente em janeiro, para a realização de eleições antecipadas, ao começo da noite desta quinta-feira, precisamente o dia em que fecha a Web Summit, que atrai a Lisboa 40 mil pessoas de diferentes lugares do mundo.

A Web Summit é apresentada como maior cimeira mundial de tecnologia, com diversidade de temas.

Facebook, Black Lives Matter e blockchain — o trio de temas que se juntou para a abertura na segunda-feira da edição de 2021 da Web Summit.

A mais recente denunciante do Facebook, Frances Haugen, juntou-se no palco a Ayo Tometi, co-fundadora do movimento anti-racista Black Lives Matter, e Nicolas Julia, o criador de uma startup de futebol virtual que funciona na blockchain (tecnologia que nasceu com as criptomoedas)

Fez-se silêncio no enorme auditório com 14 mil lugares para ouvir Frances Haugen. A norte-americana, que esteve no Facebook entre 2019 e Maio deste ano, tem feito manchetes em jornais de todo o mundo desde que divulgou dezenas de milhares de páginas de estudos e comunicações internas do Facebook no final de Setembro. A equipa de Mark Zuckerberg acusa-a de usar informação fora de contexto e de  seleccionar pequenas partes de documentos para justificar a sua narrativa.

A empresa tenta reduzir o debate sobre a reforma da rede social a uma escolha falsa: censura ou liberdade de expressão”, alertou Haugen em palco. “O problema do Facebook não são pessoas e ideias más. O problema é a quem é que o Facebook dá o megafone”, continuou. “O conteúdo mais extremista é o que tem a maior audiência. É isso que causa antes de mais os problemas do Facebook.”

Outro dos grandes temas da Web Summit é o futuro da mobilidade urbana e o papel da tecnologia. Conseguir ter uma mobilidade sustentável nas cidades, que não seja dependente do automóvel para a maior parte das deslocações, é um dos objetivos que trará uma melhor qualidade de vida e a necessária redução das emissões de carbono.

Para isso, discute-se a ideia da “mobilidade como um serviço”, ou seja, a criação de plataformas digitais que permitam às pessoas planear a sua viagem na cidade, saber que transportes apanhar para ir de um determinado ponto a outro, quanto tempo leva a sua deslocação e como é que pode articular os vários modos - seja autocarro, Metro, comboio, barco, bicicleta partilhada, a pé, ou qualquer outro. A plataforma deve também permitir o pagamento facilitado desse serviço de mobilidade.

Criar condições para que as pessoas recebam uma mensagem nos seus telemóveis para que saibam que o autocarro está a chegar foi um dos exemplos que Carlos Moedas deu quando lhe perguntaram o que achava da ideia das “cidades inteligentes” (‘smart cities’). “O meu papel será traduzir estes conceitos em coisas concretas que ajudem as pessoas.”

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